quinta-feira, 18 de junho de 2020

O que são Células-Tronco? Questões sobre Células-tronco

O que são Células-Tronco?

Células-tronco são células capazes de multiplicar-se e diferenciar-se nos mais variados tecidos do corpo humano (sangue, ossos, nervos, músculos, etc.). São, portanto, células INDIFERENCIADAS.

O espermatozoide, ao fecundar o óvulo, gera uma nova célula, o ovo fertilizado, que daí para frente deverá formar um organismo completo, diferenciando-se em tecidos e órgãos especializados. A esta capacidade do ovo fertilizado damos o nome de totipotência. Assim o ovo fertilizado é dito TOTIPOTENTE, pois o seu potencial de diferenciação é total, podendo dar origem a qualquer um dos 216 tecidos que formam o corpo humano. As primeiras divisões do ovo fertilizado geram células totipotentes idênticas. É assim que se formam os gêmeos idênticos: durante os primeiros estágios de divisão do ovo fertilizado, duas células totipotentes se separam e desenvolvem dois novos indivíduos geneticamente iguais. As células totipotentes só permanecem até quando o embrião atinge o tamanho de 16 células.

Cerca de cinco a seis dias após a fertilização, o embrião humano tem cerca de 100 células e é denominado de blastocisto, formado por duas camadas de células. As células da camada mais externa darão origem à placenta e aos demais anexos embrionários, enquanto as células mais internas se diferenciarão nos tecidos do corpo. Estas são as chamadas células-tronco embrionárias, usadas nas pesquisas. Como têm a capacidade de originar praticamente qualquer célula do corpo, são denominadas de PLURIPOTENTES. Tais células não são capazes de originar um indivíduo por completo, uma vez que não têm a capacidade de formar tecidos extraembrionários (placenta, por exemplo).

Indicam as pesquisas que até cerca de 14 dias após a fecundação, as células embrionárias seriam capazes de originar quase todos os tecidos humanos.

O corpo possui outras células-tronco, que continuam a existir até mesmo na idade adulta. Por exemplo, o sistema hematopoiético (produtor das células sanguíneas), que fica na medula dos ossos, contém células-tronco adultas, que somente conseguem se diferenciar nessas células, e não em outras. No jargão científico, são células chamadas de MULTIPOTENTES. Atualmente essas células já são utilizadas para repor a medula óssea destruída por quimioterapia ou radioterapia contra o câncer.

As células tronco existem em:
a) vários tecidos humanos (sangue, medula e outros tecidos) mas em quantidade muito pequena;
b) Podem ser encontradas no sangue, fígado, polpa dentária.
c) no cordão umbilical e na placenta (em quantidades bem maiores);
d) em embriões nas fases iniciais da divisão celular, isto é, na fase de blastócito.

Importante: As células tronco retiradas do próprio paciente, não servem para tratar portadores de doenças genéticas como as distrofias musculares ou atrofias espinhais. Isto porque nas doenças genéticas o problema está em todas as células, apesar de só se expressar em tecidos específicos.

Importância do estudo das células-tronco para a ciência e para a medicina

  • Melhor conhecimento dos eventos que ocorrem durante o desenvolvimento embrionário como, por exemplo, a diferenciação celular;
  • Compreensão dos mecanismos que levam os genes a “ligarem” e a “desligarem”;
  • Obtenção de drogas mais eficientes e de novos testes para diagnóstico de doenças;
  • Geração de células e de tecidos para a “terapia celular”, o que poderia corrigir problemas como o Mal de Alzheimer, Mal de Parkinson, diabetes, queimadura;

Questões sobre Células-tronco

Questões de biologia sobre células-tronco, células indiferenciadas capazes de diferenciar-se nos mais variados tecidos

01) (Enem/2010 – 2ª aplicação) A utilização de células-tronco do próprio indivíduo (autotransplante) tem apresentado sucesso como terapia medicinal para a regeneração de tecidos e órgãos cujas células perdidas não têm capacidade de reprodução, principalmente em substituição aos transplantes, que causam muitos problemas devidos à rejeição pelos receptores.

O autotransplante pode causar menos problemas de rejeição quando comparado aos transplantes tradicionais, realizados entre diferentes indivíduos. Isso porque as
A) células-tronco se mantêm indiferenciadas após sua introdução no organismo do receptor.
B) células provenientes de transplantes entre diferente indivíduos envelhecem e morrem rapidamente.
C) células-tronco, por serem doadas pelo próprio indivíduo receptor, apresentam material genético semelhante.
D) células transplantadas entre diferentes indivíduos se diferenciam em tecidos tumorais no receptor.
E) células provenientes de transplantes convencionais não se reproduzem dentro do corpo do receptor.

02) (Enem/2014) Na década de 1990, células do cordão umbilical de recém-nascidos humanos começaram a ser guardadas por criopreservação, uma vez que apresentam alto potencial terapêutico em consequência de suas características peculiares.
O poder terapêutico dessas células baseia-se em sua capacidade de
A) multiplicação lenta.
B) comunicação entre células.
C) adesão a diferentes tecidos.
D) diferenciação em células especializadas.
E) reconhecimento de células semelhantes.

03) (FUVEST/2020)  Um paciente, com câncer sanguíneo (linfoma) e infectado por HIV, fez quimioterapia e recebeu um transplante de células tronco da medula óssea de um doador resistente ao HIV. Como resultado, tanto o câncer como o HIV retroagiram neste paciente. O receptor mais usado pelo HIV para entrar nas células do corpo é o CCR5. Um pequeno número de pessoas resistentes ao HIV tem duas cópias mutadas do gene do receptor CCR5. Isso significa que o vírus não pode penetrar nas células sanguíneas do corpo que costumam ser infectadas. O paciente recebeu célulastronco da medula óssea de um doador que tem essa mutação genética específica, o que fez com que também ficasse resistente ao HIV.

Disponível em https://www.bbc.com/. Março/2019. Adaptado.

A terapia celular a que o texto se refere
A) permitirá que eventuais futuros filhos do paciente transplantado também possuam células resistentes à infecção pelo HIV.
B) possibilitou a produção, pelas células sanguíneas do paciente após o transplante, de receptores CCR5 aos quais o vírus HIV não se liga.
C) promoveu mutações no gene CCR5 das células do paciente, ocasionando a produção de proteína à qual o HIV não se liga.
D) gerou novos alelos mutantes que interagem com o gene do receptor CCR5 do paciente, ocasionando a resistência à entrada do HIV nas células do paciente.
E) confirma que o alelo mutante que confere resistência à infecção pelo HIV é dominante sobre o alelo selvagem do gene CCR5.

04) (UEG/2016.2) A pele, os epitélios intestinais e especialmente o sangue são estruturas presentes no organismo humano adulto que possuem a capacidade de regeneração por meio de um processo complexo e finamente regulado, visto que suas células são destruídas e renovadas constantemente. Esse processo de renovação se dá de forma geral conforme apresentado no esquema a seguir.
Células-tronco hematopoiéticas → Células formadoras de colônias às diferentes linhagens hematopoiéticas → Células precursoras → Células maduras

Com base nessas informações, verifica-se que
A) a hematopoiese resulta da diferenciação e proliferação simultânea das células-tronco que, à medida que se diferenciam, vão reduzindo sua potencialidade.
B) as diferentes linhagens hematopoiéticas geradas no sistema preservam altas taxas de proliferação e diferenciação.
C) existe um aumento gradual da capacidade de autorrenovação das células progenitoras durante esse processo.
D) células-tronco hematopoiéticas apresentam potencial para diferenciar-se em qualquer célula do corpo humano, todavia não geram outras células-tronco.
E) as células precursoras e maduras já diferenciadas são utilizadas em procedimentos de utilização de células-tronco no tratamento de alguma doença.

05) (Enem/2013 – 2ª aplicação) O estudo do comportamento dos neurônios ao longo de nossa vida pode aumentar a possibilidade de cura do autismo, uma doença genética. A ilustração do experimento mostra a criação de neurônios normais a partir de células da pele de pacientes com autismo:

Analisando-se o experimento, a diferenciação de células-tronco em neurônios ocorre estimulada pela
A) extração e utilização de células da pele de um indivíduo portador da doença.
B) regressão das células epiteliais a células-tronco em um meio de cultura apropriado.
C) atividade genética natural do neurônio autista num meio de cultura semelhante ao cérebro.
D) aplicação de um fator de crescimento (hormônio IGF1) e do antibiótico Gentamicina no meio de cultura.
E) criação de um meio de cultura de células que imita o cérebro pela utilização de vitaminas e sais minerais.

06) (UCS/2015) Há algum tempo as pessoas escutam e leem notícias sobre o imenso potencial das células-tronco para o tratamento de diferentes doenças. A expectativa criada gera ansiedade e às vezes frustração. Diante disso, pode-se afirmar que
A) as células-tronco hematopoiéticas tecido-específicas, produzidas no tecido ósseo, podem se transformar em células cartilaginosas.
B) as células-tronco dos tecidos específicos existem em diferentes tecidos ou órgãos como cérebro e coração e têm características pluripotentes.
C) as células-tronco embrionárias são obtidas de blastóporos, com poucas células não diferenciadas, que se transformam em qualquer tipo de célula.
D) as células-tronco pluripotentes induzidas reprogramam células adultas de vários tecidos, fazendo com que retornem ao estado tecido-específico.
E) as células-tronco hematopoiéticas já são utilizadas há décadas em transplante de medula óssea, para tratamento de algumas doenças do sangue.

07) (Acafe/2015) Recentemente o Instituto de Pesquisa com Células-tronco da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – IPCT/UFRGS gerou a primeira linhagem de células-tronco pluripotentes induzidas da região sul do País. Pela primeira vez na região Sul, uma célula madura foi induzida a se tornar pluripotente através de uma série de procedimentos laboratoriais, ou seja, a partir de uma célula somática (2n) já constituída, foi obtida uma célula-tronco.

Esse procedimento é essencial para o futuro das pesquisas na área, já que foge da discussão ética-religiosa a qual cerca as células-tronco embrionárias, além de evitar o risco de rejeição do corpo à nova célula por carregar o mesmo material genético do transplantado.
Fonte: http://celulastroncors.org.br/ Acesso em 30/10/2014

O esquema a seguir mostra o potencial das células tronco.

Nesse sentido, analise as afirmações a seguir.
I. As células-tronco são células capazes de autorrenovação e diferenciação em muitas categorias de células. Elas podem se dividir e se transformar em outros tipos de células.
II. As células pluripotentes são assim chamadas por possuir a capacidade de se transformar em qualquer tipo de célula adulta.
III. As células-tronco adultas são chamadas de multipotentes por serem mais versáteis que as embrionárias e encontram-se principalmente na medula óssea.
IV. As células-tronco multiplicam-se através do processo de divisão celular chamado meiose.
V. O tecido do cordão umbilical é uma fonte riquíssima em células-tronco jovens, as quais podem dar origem a uma infinidade de tipos de células, como por exemplo, células musculares, ósseas, tendíneas e cartilaginosas. Essa plasticidade permite que essas células-tronco possam, futuramente, ser aplicadas para o tratamento de diversas patologias.

Todas as afirmações corretas estão em:
A) III – IV
B) I – III – V
C) II – IV – V
D) I – II – V

08) (UFRN) A terapia com células-tronco retiradas do próprio indivíduo está isenta dos questionamentos éticos que envolvem o uso de embriões.
No entanto, esse tipo de terapia é inadequado para tratar doenças genéticas desse indivíduo porque
A) essas células serão rejeitadas no implante devido ao encontro dos genes alterados.
B) essas células apresentam genes inativos, prejudicando a recomposição do tecido lesado.
C) a redução dos cromossomos pela meiose impede a regeneração de órgãos e tecidos.
D) a constituição do genoma dessas células é semelhante à do tecido a ser recuperado.

09) (UDESC/2017)“Um número crescente de clínicas, muitas vezes em países como a Rússia ou a China, mas também na Europa e outros continentes, afirmam em seus sites que podem tratar e até curar doenças como distrofia muscular, Alzheimer, Parkinson e lesão na coluna vertebral, assim como infartos, injetando nos pacientes células-tronco que, em teoria, podem se transformar em um nervo, um músculo ou outras células e reparar danos causados por uma doença ou lesão. Relatos de atletas sobre resultados aparentemente miraculosos contribuem para um interesse crescente. Estima-se que dezenas de milhares de pacientes ao redor do mundo tenham recorrido a tais tratamentos e que o setor movimente centenas de milhões de dólares”.

Disponível em: http://nytiw.folha.uol.com.br/?url=/folha/content/view/full/44567, acessado em agosto/2016.

Analise as proposições em relação às células tronco, e assinale (V) para verdadeira e (F) para falsa.

( ) O uso das células tronco em terapias baseia-se no princípio de que elas podem gerar qualquer tipo de célula.
( ) Os mecanismos genéticos, que promovem a diferenciação celular, já são suficientemente conhecidos para assegurar a correta transformação das células tronco naquelas que o paciente necessita.
( ) Não existe o risco destas células se transformarem em tumores.
( ) Todas as células, independentemente do seu grau de diferenciação, podem ser transformadas em células tronco.

Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
A) V – F – V – V
B) F – V – F – F
C) V – F – F – F
D) F – V – V – V
E) F – F – F – V

Resolução das Questões de Células-Tronco

01) Como as células usadas são do mesmo paciente, todas elas possuem o mesmo patrimônio genético. Isso traz como benefício a redução dos problemas relacionados à rejeição, visto que as proteínas de membrana, relacionadas ao reconhecimento celular são as mesmas.
Resp.: C

02) As células do cordão umbilical são células tronco pluripotentes, capazes de originar os diferentes tipos celulares do indivíduo.
Resp.: D

03) Com o transplante, as células sanguíneas do paciente passaram a produzir receptores CCR5 aos quais o vírus HIV não se liga.
Resp.: B

04) À medida que as células vão sofrendo diferenciação, sua capacidade de originar vários tipos celulares vai diminuindo, ou seja, ao longo da diferenciação celular cada célula indiferenciada vai se transformando em um tipo mais específico.
Resp.: A

05) A questão envolve puramente a interpretação do esquema. Observa-se que a obtenção de neurônios a partir de células-tronco ocorre quando estas são colocadas em meio nutritivo que imita o cérebro.
Resp.: E

06) As células tronco hematopoiéticas podem se diferenciar em vários tipos de células sanguíneas e foram usadas, pela primeira vez, em 1988 pela doutora Eliane Gluckman, no Hospital Saint-Louis, em Paris. Desde então o uso dessas células em terapias tem sido cada vez mais frequente. Isso justifica, também, a criação de bancos de sangue e de cordão umbilical e placentário para realização de coleta, processamento e criopreservação do material.
Resp.: E

07) Estão incorretos os itens III e IV. No item III as células tronco multipotentes são menos versáteis que as células tronco embrionárias. No item IV as células tronco multiplicam-se por mitoses.
Resp.: D

08) Como as células usadas são do próprio paciente, elas também são portadoras dos genes responsáveis pela(s) doença(s) genética(s) que ele possui. É importante lembrar de que todas as células de um indivíduo possuem os mesmos genes. O que varia são os genes em atividade em um tipo celular e em outro.
Resp.: D

09)
Apenas a primeira afirmativa está correta (considerando as células tronco totipotentes).
II. Os mecanismos Os mecanismos genéticos, que promovem a diferenciação celular ainda não estão completamente esclarecidos e compreendidos.
III. As células-tronco que se dividirem de forma não controlada poderão dar origem a tumores.
IV. As células permanentes, com as células musculares estriadas esqueléticas e neurônios, não podem ser transformadas em células-tronco.
Resp.: C

Fonte:

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